Rede de compartilhamento de imagens, comprada pelo Facebook no ano passado, estuda inserir anúncios digitais entre conteúdo de usuários
Quando o Facebook adquiriu o Instagram em abril do ano passado, por U$1 bilhão, usuários fiéis lamentaram que a rede social arruinaria o novo aplicativo de compartilhamento de fotos. Mas aparentemente, não foi o caso: o Instagram anunciou no domingo que chegou aos 150 milhões de usuários. Isso significa 50 milhões de novos usuários nos últimos seis meses e 128 milhões de novos usuários desde que foi comprado, informou a companhia.
O crescimento do Instagram pode ser considerado excepcional, em se tratando de uma nova rede social. O Facebook, por exemplo, levou cinco anos para bater a marca de 150 milhões de usuários. Já o Twitter anunciou no começo deste ano que ultrapassou os 200 milhões de usuários, sete anos depois de ser lançado. Enquanto o Instagram tem apenas três anos.
A aquisição do aplicativo pelo Facebook sem dúvidas foi responsável pelo impulso em sua audiência. Atualmente, 60% dos usuários do Instagram residem fora dos Estados Unidos, afirma a empresa. Segundo o analista sênior de dispositivos da consultoria Ovum, Nick Dillon, a rápida ascensão da rede de compartilhamento de imagens é um sinal de um mercado maduro.
“Quando comparado ao Facebook e Twitter, o Instagram conta com a vantagem de ter sido lançado em um mercado mais maduro, com um mercado endereçável de smartphones e usuários de serviços de internet”, afirma Dillon. “Enquanto isso, significa que o Instagram está apto a crescer sua base de usuários mais rapidamente do que o Facebook e o Twitter, também quer dizer que ele está sujeito ao risco de novos serviços crescerem tão rápido como ele fez.”
Publicidade
Além disso, o Instagram também anunciou que planeja rodar anúncios publicitários na rede no próximo ano. A COO da empresa, Emily White, que se juntou à equipe quando a mesma foi adquirida pelo Facebook, relatou que o desafio da companhia é descobrir como integrar marketing sem comprometer o fator “cool” do Intagram. “Nós queremos fazer dinheiro a longo prazo e não temos nenhuma pressão a curto prazo”, disse ela à mídia norte-americana.
A inclusão de anúncios não deve soar como uma surpresa para os usuários – apesar de que muitos irão desaprovar a ideia – especialmente considerando o quão engajadas são as principais marcas do Instagram. De acordo com o Nitogram50, site que acompanha as contas mais populares da rede, 17 das principais marcas que estão no aplicativo possuem mais de um milhão de usuários cada.
Dillon, da Ovum, acredita que as experiências e lições aprendidas até agora serão mandatórias sobre como o Instagram procederá com a publicidade. “O Instagram precisará a balancear com cuidado a criação de valor para anunciantes enquanto maneja não aborrecer seus usuários com peças excessivas ou irrelevantes”, expõe. “Como o Facebook exibe publicidade com sucesso a seus usuários, sem dúvida a rede terá pontos úteis sobre isso.”
Segundo White, os funcionários do Instagram estão conscientes que podem capitalizar as audiências e fazer milhões de dólares com a venda publicitária, mas está fazendo essa transição com cautela. Usuários ficaram revoltados no ano passado, quando o Instagram resolveu mudar a política de uso e deu margem à interpretação de que conteúdo de usuários poderia ser usado em publicidade. Recentemente, o Facebook propôs medida similar, com esparsas manifestações contrárias.
Enquanto não há dados sobre quando exatamente haverá anúncios no Instagram, a companhia parece estar se preparando para a chegada das peças. Em um evento para a imprensa promovido pelo Instagram em junho, o co-fundador da rede de imagens e CEO Kevin Systrom anunciou a chegada dos vídeos de 15 segundos no serviço. Em julho, relatos indicaram que o Facebook em breve introduzirá esse recurso para publicidade no feed de notícias, o qual teria preço entre US$ 1 milhão e US$ 2,5 milhões.