São poucos os países onde o Google não é líder no mercado de buscas. Consequentemente, são poucas as empresas que oferecem ameaça à companhia, em um segmento no mercado de internet ao qual grande parte do orçamento da publicidade online é direcionada. Entre elas estão o Yandex, na Rússia; o Seznam, na República Checa; e o Naver, na Coreia do Sul. E um importante player desse mercado, o chinês Baidu, anunciou a chegada ao Brasil com ambição de adicionar competitividade ao gigante norte-americano.

A companhia abriu escritório na cidade de São Paulo há cerca de duas semanas, onde mantém operação de 15 funcionários. Grande parte engenheiros, suas funções estão concentradas majoritariamente em pesquisa de mercado para compreender o comportamento e preferências do usuário de internet no Brasil para, no ano que vem, lançar seu principal produto – as buscas.

“O Brasil tem 100 milhões de internautas, com previsão para em dois anos chegar a 140 milhões. O mercado de publicidade deve dobrar até 2015. Em outros países até há crescimento, mas não nesse nível, então vimos uma enorme oportunidade no País”, justifica o  gerente de marketing do Baidu Brasil, Felipe Zmoginski, citando números da Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) e do Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB Brasil).

Por agora, o gigante chinês traz o portal Hao123, com função de atingir usuários que estão iniciando o uso da internet, com pouca familiaridade à rede, aceleradores de PCs, antivírus e navegadores; e também aplicativos móveis de otimização de hardware e browsers, por exemplo. O uso dessas ferramentas pelos internautas nessa primeira fase de operação do Baidu Brasil também irá balizar o desenvolvimento do buscador em 2014.

No mundo, o Baidu é um gigante. Desde 2005 com seus papéis negociados na Nasdaq, o Baidu possui valor de mercado de US$ 53 bilhões. São 24 mil funcionários, com escritórios no Japão, Tailândia, Indonésia, Filipinas, Egito, Coréia do Sul, Vietnã, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Ainda assim, a China concentra cerca de 70% dos usuários do gigante – lá, há inclusive algumas ferramentas corporativas, como sistemas de publicidade online voltados para atender clientes corporativos. Dos mais de 100 produtos do portfólio, apenas nove deles já estão disponíveis no Brasil.

Ainda assim, a grande aposta para o mercado brasileiro são as buscas. “Nenhum mercado onde há concentração de 95% a um único player pode ser considerado bom. A competitividade chega para beneficiar o usuário”, explica Zmoginski. Para bater de frente com um gigante já estabelecido por aqui, a empresa promete oferecer recursos que já estão em fase beta, como a disponibilização de resultados mais assertivos na própria página de buscas, sem necessidade de acessar os resultados para encontrar ou consumir o conteúdo desejado – com recursos de websemântica.