Não há nada demais em ver uma publicação em um dos blogs corporativo da Microsoft com uma foto. A empresa mantém oito blogs separados para o Windows, sem contar produtos relacionados como Windows Phone e Internet Explorer.

Então, não se sinta culpado de não ter visto a publicação do chefe dos blogs da Microsoft, Brandon LeBlanc, no dia 7 de fevereiro. Ele lembrou os usuários sobre o fim do suporte ao Windows XP no dia 7 de abril, sistema ainda presente em 29% dos PCs em todo o mundo. “Hoje marca 60 dias até o fim do suporte ao Windows XP e nós precisamos da sua ajuda para espalhar ao mundo isso, para garantir que as pessoas estão seguras e atualizadas”, escreveu.

Pareceu um pedido inofensivo, talvez um tanto desesperado, aos usuários avançados do Windows: Por favor nos ajude a espalhar nossa tecnologia entre conhecidos. E despertou a ira dos usuários: foram 162 comentários (e contando…) que transformaram o caso em um estudo de caso sobre os impactos negativos de blogs corporativos. Isso porque muitos deles expressam irritação com o Windows 8.x, com a estratégia de venda e marketing da Microsofts, falhas de produtos anteriores, entre outras coisas.

Um deles, que se identificou como “ex MVP da Microsoft”, escreveu: “Estou gastando um bom tempo contando para todas as pessoas que eu conheço, com máquinas com o XP, para mudar para o 8.1. Eu sequer uso isso, e provavelmente não vou usar”.

E é só um de muitos exemplos.

Mas onde as coisas deram errado? Para começar, a campanha direta para conscientização dos usuários sobre o corte do XP forçando para as atualizações do Windows 8.1 foi, nesta fase, um erro de cálculo lamentável do mercado. Usando os próprios argumentos de um usuário identificado como Keatah, “Se a Microsoft pudesse fazer um produto amigável e com apelo ao usuário que não alienasse o hardware, software E tivesse um preço razoável, a venda de upgrades aconteceria por si mesma. Sem a necessidade de a Microsoft nos pedir para atualizar”.

O post da Microsoft não menciona o Windows 7 ou, obviamente, os fortes rumores de desenvolvimento da versão 9 do sistema operacional. Certo ou errado, o Windows 8.X inflamou a opinião das pessoas e não foi uma boa consequência para o fim do XP.

Sem contar a falta de incentivo para disseminar a mudança. Nenhum desconto, nenhum crédito na loja da Microsoft, nada. E, vez de uma abordagem “uma mão lava a outra”, a Microsoft parece dizer “lavem minhas mãos. Estão sujas”.

O que é intrigante principalmente pelo custo da atualização, que pode ser alto para alguns usuários. Os leitores da InformationWeek americana parecem compartilhar desse sentimento nos últimos meses: não estão se livrando do Windows XP porque eles não têm dinheiro para um novo hardware. Entre os negócios que ainda rodam o XP, o orçamento parece estar no topo dos motivos para permanecer assim.

Esse é um dos aspectos mais constrangedores da comercialização das atualizações: enquanto o velho hardware XP é capaz de atender aos requisitos mínimos de sistema para o Windows 8.1, é improvável proporcionar uma experiência ótima. De fato, um dos dois caminhos de atualização descritos na postagem do blog de LeBlanc é simples: obtenha um novo PC. “O caminho mais fácil para o Windows 8.1 é com novos dispositivos, e existem ofertas e ofertas de muitos varejistas para ajudar as pessoas a comprar um novo produto”, escreveu LeBlanc. Tradução: Por favor, comprar coisas novas.

Para dar um crédito à Microsoft, a empresa está permitindo a conversa extremamente negativa fluir livremente em seu domínio. LeBlanc garantiu a alguns leitores que “não estão censurando seus comentários” e afirmou estar repassando os feedbacks para as equipes responsáveis na Microsoft. E também mencionou que algumas mensagens podem ser removidas se consideradas inapropriadas, abusivas ou spam.

É razoável supor que o feedback não foi bem recebido. Ele é um lembrete dos riscos inerentes na comunicação a clientes quando há um fórum muito público no qual eles podem responder. (Como, por exemplo, a internet). Mesmo um dos mais fortes pontos na mensagem da Microsoft – os potenciais problemas de segurança para os usuários e as redes uma vez Microsoft pára remendar falhas de software – foi jogado de volta na cara da empresa.