O brasileiro está mais informatizado. O País está bem acima da média mundial por habitante em computadores, TVs e telefone, segundo revela estudo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Pela primeira vez, a densidade de telefones no Brasil superou os Estados Unidos. O mapeamento, que considera telefonia fixa e móvel, verificou no ano passado um empate entre a densidade de telefonia dos dois países. Este ano, o estudo mostra que o Brasil já possui 1,6 telefones por habitantes, enquanto nos Estados Unidos a proporção é de 1,56.

Os números fazem parte da pesquisa Administração e Uso de TI nas Empresas, sob coordenação do professor Fernando Meirelles, do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV. O especialista relaciona o avanço com a proliferação de planos pré-pagos no País, com preços de ligação mais acessíveis entre operadoras. Ele também observa que esse crescimento é impulsionado pela telefonia móvel. “Outros estudos indicam que a telefonia fixa está em queda no Brasil, o que comprova que os celulares estão motivando esse crescimento”, confirma.

Computadores

A FGV também aponta que aponta que o Brasil tem hoje 136 milhões de computadores, ou seja, dois para cada três habitantes. São levados em consideração notebooks, desktops e tablets.

Essa evolução tem sido impulsionada principalmente pela venda de tablets, que hoje somam 18 milhões de unidades em uso. O estudo indica que o número de computadores em uso no País dobra a cada quatro anos, desde 2004. Para se ter uma ideia desse avanço, a cada segundo é vendido um computador nas lojas brasileiras. Mesmo assim, ainda estamos atrás de países como Estados Unidos, onde a densidade de computadores chega a ser o dobro.

Em dois anos, a previsão da instituição é que teremos um computador por habitante, um total de 200 milhões de equipamentos e, mais uma vez, os tablets terão grande participação nisso. “O consumo desses dispositivos aumentou 20% no ano passado, enquanto deve crescer 10% em 2014”, afirma Meirelles – aqui o professor destaca que deve ser considerado que há quatro anos esses dispositivos não existiam no mercado, por isso o crescimento sobre os anos anteriores não é tão acentuado.

A ampliação do uso de tablets no Brasil deve se manter forte e impulsionada pela oferta de preços mais acessíveis no mercado interno, que estão competitivos em relação a outros mercados, e pela lei do bem, detalha Meirelles. “Esses dispositivos continuam sendo itens de desejo e hoje o varejo oferece uma grande faixa de preços para todos os bolsos”, diz.

TVs

A FGV também mapeia a penetração da TV no País, que hoje é de 97% per capita, número acima da média mundial (72%), mas ainda abaixo de países como Estados Unidos (141%). Contudo, a previsão da FGV indica que a venda de TVs no Brasil deve aquecer durante a Copa do Mundo, evento esportivo que acontece em junho, atingindo a proporção de uma televisão por habitante.