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“Há um conflito entre aqueles que querem manter a privacidade e os querem negociá-la”

Enquanto as culturas movem-se da opacidade para a transparência, a perda da privacidade poderá ser compensada por outros benefícios, enxerga professor da Universidade de Toronto

“Há um conflito entre aqueles que querem manter a privacidade e os querem negociá-la”

Pense como o mundo mudou nos últimos anos. Se considerarmos que a linguagem oral surgiu há 300 mil anos AC, enquanto a escrita nasceu há 300 gerações e a impressão há 30 gerações, não há dúvidas de que caminhamos para o futuro num ritmo acelerado de inovações.

Palavras como nuvem, big data, realidade aumentada, impressão 3D, começaram a fazer parte de nosso cotidiano recentemente, e já provocaram imensas transformações na forma como nos relacionamos, comunicamos, compramos e vendemos. A partir dessa analogia, Derrick de Kerckhove, sociólogo e professor da Universidade de Toronto, lança um olhar sobre o futuro, provocando a plateia do IT Forum Expo/Black Hat 2014, a pensar como será o mundo em 2030.

Com o tema “Mercados inteligentes”, o keynote speaker, antecipou revoluções tecnológicas, que hoje são pano de fundo para filmes como Avatar, não estão tão distantes assim de tornarem realidade. Se por um lado a transição da era industrial para a era da informação, proporcionará incalculáveis melhorias e facilidades às pessoas, ela cobrará um preço.

“As culturas mundiais estão movendo da opacidade e transparência. Você não esconde mais, não mente mais, tudo é transparente”, pontuou Kerkhove.

Em um mundo não tão distante teremos a capacidade de construir inúmeros objetos e soluções por meio de impressão 3D, acesso a lentes de contato com realidade aumentada e a possibilidade de nos comunicarmos e compartilharmos informações a partir ferramentas que representam a décima geração do que temos hoje, conforme mostrou o professor durante sua palestra. Ele também cita que estamos próximos de sermos capazes de prever crimes, como a máquina construída pelo personagem de A Person of Interest. “A única diferença é que o Big Brother já está nos assistindo”, afirmou.

“A economia está mudando, e está mudando de mãos. Muitas pessoas estão sendo impactadas no trabalho, pois tudo está se tornando digital. Então estamos vendo transformações em habilidades pessoais, relações e outros campos. Não é possível reverter isso, então o quão mais rápido você se adaptar, melhor. Mas como vamos fazer isso?”, comentou o professor durante entrevista concedida ao IT Forum 365.

Temos então dois lados que emergem do Big Data: um lado bom e um lado ruim. “Isso surge do choque entre duas realidades: uma com indivíduos fechados e outra com indivíduos abertos. Há um conflito entre aqueles que querem manter a privacidade, pertencentes ao modelo antigo, e outros que querem negociar sua privacidade para ter uma conectividade melhor com pessoas, governos, empresas, entre outros”, contextualiza Kerkhove.

Como destaca o professor, estamos mais preocupados com o que pode surgir da ampliação do acesso aos nossos dados para empresas e governos, mas para as pessoas mais jovens isso já é encarado de outra forma, na qual os benefícios superam os pontos negativos.

Diante disso, o grande desafio para as empresas, será garantir que seus clientes possam confiar ao compartilhar seus dados. “A confiança é fundamental no capital e está relacionada à reputação. Hoje, nenhuma empresa é grande o suficiente para falhar”, comenta. Segundo ele, o Uber é um exemplo interessante disso. O aplicativo que tem causado muitos problemas ao sistema de taxi, para o especialista, nada mais é do que uma resposta a um público que perdeu a confiança nos taxistas.

O sociólogo nota que não é uma surpresa o fato de mudarmos da web 1.0 para a 2.0, a rede das relações. “E é o que está acontecendo agora, e acho que os benefícios superam os pontos negativos. Quanto mais transparência, teremos serviços melhores e governos melhores”, afirma.

Se por um lado as pessoas estão cada vez mais conectadas, Derrick concorda com a visão de Ethan Zuckermann, que também palestrou durante o evento, de que a internet não está fazendo tudo que ela poderia, especialmente nas esferas políticas e sociais.

“A primeira reação é o que estamos vendo agora, com inúmeros conflitos. Os meios de comunicação fizeram o mundo tornar-se uma grande vila. Os moradores de uma vila sabem muito um sobre os outros, eles estão muito próximos, mas sempre há tensões na vila”, compara. “Temos um problema aí, mas eventualmente vamos superá-lo. A questão é quanto tempo isso levará? Quanto tempo alguns governos vão continuar torturando o resto do mundo, como o que o estado islâmico tem feito?”, questiona o professor. 





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